Constelação Sistêmica

Não há como negar a influência da família no sucesso ou no fracasso de um indivíduo.  Muitos se sentem excluídos de seu verdadeiro lugar em suas respectivas famílias, como por exemplo, em situações do tipo irmão fazendo forçadamente o papel do pai ou até mesmo a filha que ocupa “metaforicamente” o lugar de mulher do pai (claro que de forma inconsciente). Também são comuns as situações em que a mãe troca de papel com a filha e ainda há registros de casos de filhos que pegam para si as crenças, culpas e frustrações de seus pais e em consequência disso “travam” seu desenvolvimento pessoal e profissional porque são como computadores utilizando softwares ultrapassados e com falhas no sistema.

Também é preciso levar em conta que esses fatores geram a repetição de padrões negativos, doenças psicossomáticas e disfunções sexuais. Muitos filhos não “crescem” por medo de não serem mais amados pelos pais, ainda existem situações em que um homem ou uma mulher continua dependente da influência dos pais depois de se casar ou até mesmo a identificação excessiva com algum familiar que já morreu. Essas situações determinam se a pessoa terá ou não uma vida de realizações ou frustrações. Os problemas dessa natureza acabam passando de uma geração para outra.

Para organizar toda essa bagunça, surgiu a Constelação Sistêmica, desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger, que elaborou suas inerentes “ordens do amor”.  Seguindo a metodologia de Hellinger, Gunthard Weber e outros terapeutas a estenderam para constelações em contextos organizacionais em um campo mais amplo. Matthias Varga Von Kibéd e Insa Sparrer foram mais além ampliando para “Constelações Sistêmicas de Estrutura”, fornecendo uma experiência metodológica e teórica.  Já Bernd Isert implantou um método holístico ao reunir estes conceitos e métodos da PNL e cinesiologia.

Contribuição brasileira na pesquisa da Constelação Sistêmica

por Mohamad Bazzi

Desde que comecei a utilizar e pesquisar dentro do meio acadêmico e sob a luz da Medicina Integrativa Comportamental, percebi que esta metodologia se mostra muito eficiente para questões específicas, principalmente, quando se trata da quebra de padrões familiares, reestruturação de crenças limitantes e mudanças da ótica e reinterpretação dos pensamentos distorcidos e disfuncionais. Por outro lado, outra grande vantagem se percebe na velocidade e rapidez com que os processos se desenvolvem, quando comparados à psicoterapia convencional.

Atualmente estou pesquisando um novo formato, agregando ao método o pensamento sistêmico integrado ao modelo da multidimensionalidade. Algo que Hellinger vem ultimamente utilizando. Tenho percebido – com grande surpresa – uma relevante melhora nos resultados e na maneira ampla de alcance afetando quebra de padrões profundos em larga amplitude das dimensões mais arcaicas e arquetípicas da ancestralidade.

Uma analogia metafórica para entender melhor: imagine que o processo psicoterápico oferece resultados muito interessantes no “varejo”. A constelação sistêmica apresenta seus resultados como se fosse no “atacado”, enquanto o método associado a multidimensionalidade representa resultados no “alto atacado”.

Aplicação

constelacao2Através de consultas individuais ou em grupos, a Constelação Sistêmica Familiar consegue quebrar os círculos viciosos, além de revelar os mecanismos inconscientes do comportamento humano e as influências externas. Quando essas influências são percebidas nas constelações, o indivíduo recupera seu poder de fazer escolhas, o que o deixa mais livre e produtivo.

Durante o processo, o paciente trabalha também na aceitação de pai e mãe e inclusão dos excluídos, além separar o que está misturado, bem como quebrar os padrões negativos repetitivos, honrar a família, harmonizar o masculino e o feminino e dar e receber de forma equilibrada. O resultado é uma vida plena e transformada por dentro e por fora.

Organizando o caos

A Constelação Sistêmica é uma terapia de pouca duração, mas capaz de descobrir a origem de muitos problemas e, através da energia do amor, organizar o caos interno e abrir novas possibilidades para o futuro. É um trabalho baseado na existência de uma consciência familiar que comanda os destinos de seus membros. Sempre que uma das ordens desta consciência é quebrada, ela busca uma compensação no sistema familiar através de seus membros.

Dentro destas ordens está o direito ao pertencimento, pois se entende que todos no sistema familiar usufruem do mesmo direito de pertencer, o que implica que, cada vez que alguém for excluído do sistema, geralmente por questões morais, a consciência familiar escolhe um membro de uma geração posterior ao excluído para que tenha um destino parecido e difícil. Estão inseridos neste grupo de excluídos: alcoólatras, crianças abortadas, prostitutas, criminosos, doentes mentais e filhos ilegítimos. Sendo assim, somente quando for reconhecido e incluído no seio da família, o indivíduo que estava identificado com o excluído poderá seguir seu próprio destino livremente.

 

Metodologia aplicada no mundo corporativo

Divisor de águas nos relacionamentos e soluções de conflitos familiares, a metodologia da Constelação Sistêmica passou a ser aplicada também no mundo dos negócios com a proposta de soluções rápidas e precisas para questões inerentes ao ambiente corporativo.

A gestão de pessoas é cada vez mais valorizada pelas organizações, por isso hoje é comum o uso desta metodologia por vários terapeutas e consultores empresariais.

No método convencional forma-se um grupo com 20 pessoas que são colocadas em um círculo. Num determinado momento um dos integrantes começa a falar de suas dificuldades na organização. Cabe ao terapeuta ou consultor identificar quem são as pessoas envolvidas na situação relatada por aquele indivíduo. Uma vez realizada a identificação, as pessoas são colocadas ao centro do círculo em uma posição específica e a partir daí começa a busca pela solução do conflito.

Em um método convencional levariam semanas para diagnosticar um problema na empresa ou na família. Já em uma reunião de constelações o problema é encontrado em até duas horas e a solução torna-se mais prática, sem paliativos. É a metodologia que encontra a “raiz” dos problemas e bate de frente com os conflitos.

 

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