A polêmica série da Netflix sobre adolescência e sua relação com a Terapia

Como “Adolescência” reflete os dilemas das novas gerações

A recente minissérie da Netflix, “Adolescência”, tem gerado intensos debates ao abordar temas sensíveis como violência, misoginia e a influência das redes sociais na formação dos jovens. A trama segue Jamie Miller, um adolescente de 13 anos acusado de assassinar uma colega de classe, explorando as complexidades de sua psique e as circunstâncias que o levaram a tal ato.

Filmada em plano-sequência, a série oferece uma perspectiva íntima das interações de Jamie, destacando-se a sessão com a psicóloga Briony Ariston. Essa abordagem permite uma imersão profunda na mente do protagonista, evidenciando sua visão distorcida sobre as mulheres e refletindo uma masculinidade conflituosa.

O perigo da radicalização juvenil

Especialistas apontam que Jamie se encaixa no perfil “incel” (celibatário involuntário), termo que descreve homens que não conseguem estabelecer relacionamentos amorosos ou sexuais e culpam as mulheres por isso. Essa frustração é frequentemente alimentada por fóruns online que disseminam discursos extremistas, como o movimento “red pill”, que propaga a superioridade masculina e o desprezo pelo feminino.

A série também lança luz sobre a radicalização de jovens em comunidades virtuais misóginas. Noel McDermott, especialista em saúde mental, ressalta que “Adolescência” retrata com precisão, a forma como adolescentes são atraídos para discursos de ódio online, muitas vezes sem o conhecimento dos pais.

Terapia, mídia e o impacto na Geração Z

A repercussão de “Adolescência” foi tão significativa que o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, decidiu exibir a série gratuitamente nas escolas do país. Ele acredita que a produção pode fomentar discussões abertas entre os estudantes sobre temas como machismo, violência sexual e o impacto das redes sociais.

No Brasil, a série “13 Reasons Why” também gerou debates semelhantes ao retratar o suicídio de uma adolescente. Estudos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre indicaram que a exposição a conteúdos sensíveis pode influenciar negativamente adolescentes vulneráveis, ressaltando a importância de um retrato cuidadoso de questões de saúde mental na mídia.

A Geração Z, composta por nativos digitais, frequentemente busca apoio emocional em plataformas online. Contudo, pesquisas apontam que essa geração está insatisfeita com os serviços tradicionais de saúde mental, levando muitos a recorrerem a redes sociais e aplicativos em busca de aconselhamento.

A importância de diálogos sobre Saúde Mental

Séries como “Adolescência” e “Euphoria” refletem as complexidades enfrentadas pelos jovens contemporâneos, abordando temas como saúde mental, uso de drogas e identidade. Essas narrativas não apenas entretêm, mas também servem como catalisadoras para discussões essenciais sobre os desafios da adolescência na era digital.

A representação de questões psicológicas na mídia pode ter efeitos ambíguos. Enquanto algumas produções são criticadas por romantizar ou simplificar problemas complexos, outras são elogiadas por sua abordagem realista e sensível. É crucial que criadores de conteúdo considerem o impacto potencial de suas obras e que pais e educadores estejam atentos ao consumo midiático dos jovens.

Em suma, “Adolescência” destaca a necessidade de diálogos abertos sobre os desafios enfrentados pelos adolescentes hoje. Ao abordar temas como misoginia, violência e saúde mental, a série convida à reflexão sobre o papel da sociedade na formação das novas gerações e a importância de oferecer suporte adequado em tempos de transformação digital.

Se você deseja saber mais sobre o impacto da mídia na saúde mental dos adolescentes e como a terapia pode ajudar, acesse nosso site: Instituto Bazzi.

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