Dia Nacional da Consciência Negra

O Dia Nacional da Consciência Negra costuma ser celebrado no Brasil hoje, dia 20 de novembro. 

Ele foi criado no ano de 2003 para trazer à tona a reflexão sobre a inserção das pessoas negras em uma sociedade ainda com problemas. A escolha da data se deve à morte de um dos mais famosos líderes pela libertação contra o sistema escravista, Zumbi dos Palmares, em 1695. Assim, esta data simboliza o Dia da Consciência Negra para a construção de um despertar sobre questões estruturais que envolvem o racismo, a discriminação, a igualdade social, e a valorização da cultura negra como um todo.

O tema racismo está e deve estar cada vez mais fundamentado em todos os nossos espaços sociais, familiares, círculos de amizades, de trabalho, de estudo e principalmente, individuais. São questões essenciais como essas que fazem hoje, milhões de pessoas serem intolerantes a qualquer tipo de preconceito, seja racial, homofóbico, capacitista, misógino ou xenofóbico. Juventudes e as novas gerações se levantam contra esses males da velha ordem e visam promover uma cultura global de tolerância, igualdade e antidiscriminação – o que nos convida, a cada um de nós, a se posicionar contra esses valores de preconceito e atitudes intolerantes. 

Mudanças no novo normal

Recentemente, jovens mostraram maciçamente seu apoio nas marchas “Black Lives Matter” no ano passado, atraindo milhões de manifestantes em todo o mundo, reunindo-se para protestar contra injustiças, nas redes sociais, mobilizando a participação, convocando seus pares.

O seu ativismo foi ainda mais notável no contexto da pandemia COVID-19. Quando o vírus começou a se espalhar no início de 2020, outras pandemias paralelas também foram desencadeadas – polaridades políticas, de ódio, violência e medo contra pessoas negras, mulheres, índios, e imigrantes. Rapidamente, ficou claro que as desigualdades já enraizadas, haviam submetido minorias (de direitos) a um risco.

Desde então, enquanto pessoas acreditam que é possível um outro mundo e outro olhar sobre o ser humano, a preocupação com a saúde integral (física, emocional, psicológica e até transcendental) junto com questões sociais como estas, garante-nos que princípios fundamentais continuem vivos.

A interseccionalidade e o processo de estresse

A interseccionalidade é um método de analisar teorias que envolvem os conceitos de gênero e desigualdade racial. Neste sentido, tem como foco os pontos de vista e experiências de mulheres negras que podem descrever o impacto de múltiplas formas de opressão e psicopatologia nessas experiências de desigualdade. 

Assim, concentrando-nos na perspectiva de mulheres africanas e de língua portuguesa, nessa interseção de status de gênero, raça e classe desfavorecidos, conseguimos obter diagnósticos das dores combinadas a partir dessas formas de desigualdade.

É claro que podemos analisar caso a caso, porém, como trata-se de um processo social e estrutural (cultural), o apoio voltado à inclusão e reflexão é que norteia o foco nos processos psicossociais. Por um lado, lidamos com o diagnóstico e apoio às vítimas dessas opressões visando seu empoderamento, mas por outro, reconhecemos que os padrões sociais que ditam as normas de poder, só podem ser eliminadas mediante processos socioculturais. 

A estratégia revela mecanismos de minimização desses efeitos que a desigualdade opera na vida das mulheres, e negras em particular, voltando as lentes para os processos que ocorrem dentro da sociedade em geral.

Neste sentido, o processo de estresse social facilita a identificação de fatores de risco que são muito influentes entre as mulheres negras, e que são imperceptíveis, às vezes, em estudos de estresse e saúde mental. 

Além disso, essa estratégia promove uma compreensão profunda dos domínios de risco, e com uma abordagem centrada na inclusão, também permite um exame das várias maneiras como os estressores enraizados individualmente e socialmente.

Desta forma, sobre estressores individuais, há uma preocupação crescente na relação com os estressores sociais. Na verdade, os estressores individuais e sociais estão associados a sofrimento psicológico e outros resultados adversos à saúde. No entanto, o apoio social, o domínio de empoderamento, a autoestima e autoconhecimento são recursos mediadores que podem neutralizar os efeitos adversos dos estressores ou reduzir seu impacto na saúde.

Com essa abordagem, temos acesso a recursos para evitar estressores no gerenciamento das consequências emocionais, que são vivenciadas exclusivamente por mulheres e membros de grupos minoritários.

Assim, nós do Instituto Bazzi e nossa equipe estamos iniciando e apoiando uma campanha de reflexão para estas questões. Pretendemos levar para países de língua portuguesa, África, América e Europa, conectando os diálogos transversais para ouvir as mulheres nesta linha de frente. 

Desejamos a todas e todos, esta reflexão sobre o momento atual da humanidade. 

Participe da nossa live nesta quarta-feira, dia 24 sobre “Liderança Positiva” com os melhores palestrantes da área. 

Acesse o link para a live

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